No levantamento foram levados em consideração parâmetros importantes e adotados os seguintes critérios para a seleção dos projetos arquitetônicos e obras para compor o estudo: autoria reconhecida -autoria confirmada por projeto arquitetônico assinado ou depoimento do arquiteto; autoria atribuída - projetos e obras cuja autoria é estabelecida por indícios ou evidências existentes em documentos e/ou pesquisas já realizadas; intervenção - projeto e/ou obra existente na qual Niemeyer realizou algum tipo de intervenção e, por fim; obra construída que não reflete o projeto de autoria do arquiteto - projeto concebido pelo arquiteto cujo resultado final (obra construída) diverge da versão do projeto arquitetônico assinado por ele ao qual a pesquisa teve acesso; ou mesmo que não foram encontradas comprovações ou evidências que associassem o produto final ao arquiteto. Na pesquisa realizada pelo Iepha-MG foram encontrados, até o momento, 62 projetos concebidos por Niemeyer para o território mineiro, que estão distribuídos em 17 municípios, como Betim, Caratinga, Cataguases, Conceição do Mato Dentro, Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Claros, Poços de Caldas, Ritápolis, Sete Lagoas, Uberaba, Uberlândia, Arinos, entre outros. Mais da metade dos projetos, 36, foram executados. Outros 23 ficaram no papel, enquanto três foram parcialmente efetivados, três foram demolidos e um está em construção, a Catedral Cristo Rei, em Belo Horizonte. A criatividade inventiva e a farta produção que marcou a carreira do arquiteto não permitem afirmar categoricamente o número exato de projetos existentes, contudo, o amplo acervo de obras do arquiteto em território mineiro afirma a estreita relação que guardava com o Estado e a relevância do mesmo na projeção de sua carreira. A relação começa ainda na década de 1938, com as experiências da arquitetura moderna presentes no projeto do Hotel Ouro Preto, nas obras em Cataguases e no Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que projetou Niemeyer para o Brasil e o mundo. Além disso, a arquitetura moderna trazia a concepção de integração das diferentes artes, articuladas ao projeto arquitetônico. Assim, diversos artistas como Portinari, Burle Marx, Paulo Werneck, Ceschiatti, Athos Bulcão, Zamoisky, Di Cavalcanti, Mário Silésio, Joaquim Tenreiro, Jan Zach entre outros, contribuíram na obra de Niemeyer e foram inventariados em 45 fichas de bens integrados às edificações. Obras de Niemeyer Edificados – (a primeira data é do projeto e a segunda é da conclusão da obra). Grande Hotel de Ouro Preto; Ouro Preto: 1938 - 1945
Cassino da Pampulha: Belo Horizonte 1940-1942
Casa do Baile: Belo Horizonte 1940-1942
Iate Clube Pampulha: Belo Horizonte 1940-1942
Residência de Francisco Peixoto: Cataguases 1941-1943
Edifício sede do Banco do Brasil: Juiz de Fora 1941
Igreja São Francisco de Assis (Igrejinha da Pampulha): Belo Horizonte 1943-1944
Golfe Clube da Pampulha (Fundação Zoobotânica): Belo Horizonte 1943-1946
Residência de Juscelino Kubitschek (Casa JK): Belo Horizonte 1943
Residência de João Lima de Pádua: Belo Horizonte 1943
Colégio Cataguases: Cataguases 1943-1947
Clube Social da Praça de Esportes de Diamantina: Diamantina 1950
Residência Alberto Dalva Simão: Belo Horizonte 1950-1959
Hotel Tijuco: Diamantina 1951-1954
Escola Professora Júlia Kubitschek: Diamantina 1951-1954
Conjunto Governador Kubitschek (Conjunto JK): Belo Horizonte 1951-1975
Edifício Sede Banco Mineiro de Produção (Antigo BEMGE): Belo Horizonte 1953
Colégio Estadual Central (E. E. Governador Milton Campos): Belo Horizonte 1954 -1957
Edifício Niemeyer: Belo Horizonte 1954 -1955
Biblioteca Pública Luiz de Bessa: Belo Horizonte 1955-1961
Pampulha Iate Clube (PIC): Belo Horizonte 1961
Monumento a Tancredo Neves: Juiz de Fora 1985
Memorial Carlos Drummond de Andrade: Itabira 1994 -1998
Teatro Municipal de Uberlândia: Uberlândia 1998 -2012
Cidade Administrativa de Minas Gerais: Belo Horizonte 2009-2010
Não edificados (a data do projeto) Escola Profissional de Belo Horizonte: Belo Horizonte- 1940
Hotel da Pampulha: Belo Horizonte -1943
Estação do Aeroporto: Diamantina-1954
Cidade de Marina na Colônia Agropecuária do Menino: Vale Rio Urucuia-1956
Museu de História Natural em Montes Claros: Montes Claros -1962
Palácio da Liberdade: Belo Horizonte -1968
Universidade de Sete Lagoas: Sete Lagoas –1973
Museu do Homem: Belo Horizonte -1976
Hotel na Pampulha: Belo Horizonte - 1984
Academia de Letras de Minas Gerais: Belo Horizonte -1984
Escola Guignard: Belo Horizonte -1984
Residência de José Aparecido de Oliveira: Conceição do Mato Dentro -1986
Centro Cultural da Caixa Econômica Federal: Belo Horizonte -1989
Monumento a Juscelino Kubitschek: Belo Horizonte -1989
Caixa Econômica Federal: Belo Horizonte -1990
Centro Cultural e Esportivo de Montes Claros: Montes Claros -1991
Monumento em comemoração ao Centenário de Belo Horizonte: Belo Horizonte -1992
Capela Ecumênica Darcy Ribeiro: Montes Claros -1998
Centro Administrativo de Betim: Betim -1999
Museu do Aço: Ipatinga-2007
Memorial Tiradentes: Ritápolis-2009
Câmara Municipal de Poços de Caldas: Poços de Caldas -2009
Associação dos Cavaleiros da Cultura: 2010
Demolidos Residência Pedro Aleixo: Belo Horizonte-1941
Parque de Exposições da Gameleira: Belo Horizonte-1970
Grupo Escolar no Bairro São Francisco: Belo Horizonte – Sem informações de data
Executados parcialmente Teatro Municipal de Belo Horizonte: Belo Horizonte-1941
Escola Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco: Uberaba-1952
Casa no Bairro Santo Antônio: Belo Horizonte-1954
Em construção 1. Catedral Cristo Rei: Belo Horizonte

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- Acre

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O Inventário Cultural de Proteção do Rio São Francisco realizado pelo IEPHA-MG em parceria com a UNIMONTES entre 2012 e 2015 inventariou bens culturais das comunidades ribeirinhas do vale do rio São Francisco em Minas Gerais. O processo de inventário do São Francisco buscou identificar as principais referências culturais com a participação das comunidades.

O Inventário Cultural de Proteção do Rio São Francisco foi realizado pelo IEPHA-MG em parceria com o Núcleo de História Regional da Universidade Estadual de Montes Claros – NUHICRE/UNIMONTES, entre os anos de 2012 e 2015. A metodologia aplicada tem suas bases no Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Minas Gerais – IPAC/MG. No processo de pesquisa foram inventariados bens culturais dos municípios de Pirapora, Buritizeiro, Várzea da Palma, Icaraí de Minas, Ibiaí, Ponto Chique, São Romão, Ubaí, Pintópolis, São Francisco, Pedras de Maria da Cruz, Januária, São João das Missões, Itacarambi, Jaíba, Matias Cardoso e Manga, cidade limítrofe do Rio São Francisco, na divisa entre Minas Gerais e Bahia.
O objetivo primeiro foi o de identificar, conhecer e registrar — por meio de fichas de inventário e de gravações de áudio e vídeo — lugares, celebrações, formas de expressão e saberes e fazeres representativos das comunidades ribeirinhas do vale do rio São Francisco em Minas Gerais. Concluída esta relevante etapa, o IEPHA-MG encontra-se munido de informações para propor ações de salvaguarda do patrimônio cultural daquela região, como o registro de bens imateriais, o tombamento de bens materiais, a ampliação do inventário e outras linhas de pesquisa. A experiência adquirida permitiu ao Instituto consolidar uma metodologia de inventário e registro própria, que pode ser executada em outras regiões, acreditando-se que a pesquisa servirá como indicativo para ações por outros entes federados.
Com a expectativa de construir um processo participativo com envolvimento das comunidades e dos detentores do saber, a equipe desceu os meandros do rio, partindo de Pirapora e percorrendo numerosas comunidades e povoados em 17 municípios. O trajeto se interrompeu em Manga, na divisa política entre Minas e Bahia, fronteira que não limita os fluxos culturais entre o norte de Minas e o sul da Bahia.
Toda essa variedade cultural — os saberes de adaptação e modificação do ambiente, os causos, mitos e lendas, a cultura material, as artes e artesanato, os saberes da cura, a culinária, as expressões de fé e de religiosidade — já reconhecida pelas populações, pela literatura, por instituições de ensino ou por pesquisadores, ainda não havia sido sistematizada pelos mecanismos oficiais de preservação cultural de Minas Gerais, o que foi feito por meio do processo participativo mencionado, que levou à identificação das referências culturais para se atingir uma compreensão do que é o patrimônio cultural da região, constituído por elementos que oscilam entre a materialidade e a imaterialidade.

Localização

Ponte Nascente Rio São Francisco, MG-341

São Roque de Minas - Minas Gerais - CEP: 37928-000

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