O Iepha-MG criou um grupo de trabalho para desenvolver ações de prevenção e monitoramento dos bens protegidos impactados pelas chuvas. Neste espaço serão disponibilizadas orientações e medidas preventivas, propostas de soluções para a preservação dos bens culturais no estado dentre outras ações.
Aqui você encontra a lista de RECOMENDAÇÕES PARA ATUAR EM BENS CULTURAIS APÓS AS CHUVAS E PROCEDIMENTOS PREVENTIVOS PARA SUA SALVAGUARDA, o formulário de diagnóstico para cadastro dos bens afetados pelas chuvas e um mapeamento para apontar os bens culturais tombados que estão localizados nos municípios que possuem decreto associados a desastres, ocorridos no período chuvoso, vigentes e que solicitaram reconhecimento junto ao governo estadual.
Dúvidas podem ser enviada para o e-mail: grupochuvas@iepha.mg.gov.br

Formulário

O IEPHA-MG realiza um levantamento dos impactos causados pelas chuvas ao patrimônio cultural protegido pelo Estado de Minas Gerais. Com o objetivo de agilizar a identificação dos danos ocorridos, o Grupo de Monitoramento das Chuvas do Iepha-MG (equipe interna do Instituto responsável por esse trabalho) elaborou um formulário que está sendo encaminhado aos órgãos que atuam com patrimônio cultural ou responsáveis pelos bens protegidos pelo Estado, e é por isso que disponibilizamos aqui o formulário para preenchimento e acompanhamento das ações.

Sua colaboração é fundamental neste momento. É só preencher o formulário para cada bem cultural atingido pelas chuvas. Podem ser encaminhados quantos formulários forem necessários para abranger todos os bens do município ou de sua responsabilidade que tiveram danos.

Para preencher o formulário clique neste link a seguir: https://forms.gle/GEtabBD9xZwDU2St6

Dúvidas ou esclarecimentos podem ser encaminhados para o e-mail grupochuvas@iepha.mg.gov.br.

O Grupo de Monitoramento das Chuvas do Iepha-MG agradece antecipadamente a sua contribuição e se coloca à disposição para auxiliar na tentativa de mitigar os danos ocorridos.

Recomendações para atuar em Bens Culturais após as chuvas e Procedimentos preventivos para sua Salvaguarda

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Minas Gerais (Iepha-MG), ao longo de sua trajetória de 50 anos, atua na proteção, preservação e promoção de bens materiais e imateriais que fazem parte da cultura e da história de todos os mineiros. Dentre suas principais atividades e iniciativas, o Iepha-MG acompanha e realiza obras de restauração de bens culturais, trabalha com prevenção de riscos, implementa ações de cooperação municipal, por meio do programa do ICMS Patrimônio Cultural, ações de salvaguarda, produz inventários, dossiês de registro e tombamento. Localizado em todo o território mineiro, o patrimônio cultural sofre com a ação do tempo e do clima. Cuidados preventivos e, em alguns casos, ações emergenciais, são necessárias para a salvaguarda dos bens culturais.

Com esse intuito, o Iepha-MG apresentaalgumas medidas emergenciais que podem ser adotadas em edificações e outros bens culturais afetados pelas fortes chuvas ou inundações. 

É importante lembrar que para a execução de intervenções em bens protegidos é necessário solicitar autorização dos órgãos de proteção.

As recomendações e procedimentos a seguir foram elaborados com o objetivo de orientar os responsáveis pelos bens culturais que estão em risco, reunindo ações e procedimentos que visam evitar ou minimizar danos causados no patrimônio cultural. 

 

Recomendações após a ocorrência de chuvas fortes ou alagamentos:

- Evite acesso às áreas alagadas ou com risco de desmoronamento.

- Observe sinais de trincas nas paredes das edificações, rachaduras ou movimentações no terreno. Se necessário, entre em contato com a Defesa Civil ou o Corpo de Bombeiros.

- Remova a lama e os detritos de áreas inundadas, pois eles retêm a umidade e retardam o processo de secagem dos materiais. Se possível, não espere que a lama e os detritos sequem. A lama é mais segura e mais fácil de remover quando está úmida.

- Realize a limpeza e descontaminação de edificações e instalações, observando as seguintes recomendações:

  • Evite a utilização de água em superfícies de madeira e em alvenarias ou revestimentos de terra; 

  • A limpeza de materiais de madeira deve ser feita utilizando ferramentas não abrasivas, vassouras (em caso de pisos) e pano úmido. Essas recomendações e precauções evitam  danos maiores aos pisos, forros, rodapés e ainda, o apodrecimento dos pés/base dos esteios e peças de madeira;

  • Evite o uso de equipamentos de limpeza que utilizem energia elétrica para a realização do serviço, pois isso pode ocasionar sobrecarga no sistema elétrico ou até mesmo curto-circuito caso as instalações elétricas estejam expostas à água;

  • Solicite a orientação de profissional conservador-restaurador para realizar qualquer limpeza em superfícies decoradas, bens móveis ou integrados ou mesmo remoção de objetos;

  • Antes de iniciar a limpeza da edificação, remova os objetos de valor simbólico utilizados nas práticas culturais para serem higienizados separadamente. 

 

- Assegure que as estruturas e as superfícies molhadas fiquem completamente secas, adotando, quando possível, as seguintes estratégias:

  • Afaste os móveis das paredes e remova os objetos pendurados nas paredes para acelerar o processo de secagem dos materiais;

  • Remova tapetes molhados e revestimentos do chão e das paredes que possam reter a umidade;

  • Promova a abertura das portas e das janelas, favorecendo a circulação de ventilação natural, eliminando assim a umidade do edifício.

- Tenha atenção para que durante a execução de ações emergenciais esteja garantida a segurança do edifício, dos bens culturais móveis, coleções ou artefatos de valor cultural.

- Em período de estiagem, realize a manutenção do telhado, fazendo a substituição de telhas quebradas, o reposicionamento de telhas deslocadas e a limpeza de calhas e condutores. É importante que seja realizada a manutenção periódica da cobertura, com serviços básicos de limpeza para remoção de plantas invasoras, folhas soltas, sementes, fezes de animais e outros objetos acumulados em calhas e condutores.

 

Cuidados gerais para a preservação de práticas culturais, acervos e bens associados:

- Para a continuidade de práticas culturais interrompidas por causas diversas decorrentes das chuvas, sempre que possível promova ações para restabelecer a sua continuidade. Caso seja de interesse do grupo, defina a transferência das práticas culturais para um local seguro e promova a continuidade da sociabilidade de seus membros;

- Armazene os bens móveis, coleções e materiais associados às práticas culturais (ex. tambores, roupas, livros sagrados) em local seguro e distante de goteiras, vazamentos, infiltrações e/ou áreas sujeitas a alagamento;

- É muito importante preservar a documentação dos grupos e instituições, pois ela é a memória e o registro da atuação dos mesmos;

- Os detentores são fundamentais para a continuidade das práticas culturais. É muito importante que toda a comunidade esteja envolvida nesses momentos para que seja garantida a segurança e a proteção de todos os detentores. 

Recomendações de ações preventivas em bens culturais protegidos

- Em edificações, os danos devem ser corrigidos periodicamente de modo a evitar sua ampliação e a consequente degradação de outras partes. Algumas das medidas que podem auxiliar na manutenção dos bens culturais são:

  • Substituição dos vidros quebrados (para evitar invasão de animais, entrada de água, etc); 

  • Reparos de fechaduras danificadas (para garantir a segurança do espaço e de seu acervo); 

  • Reparos em partes soltas ou danificadas nos pisos ou forros;

  • Reconstituição das partes soltas ou danificadas do reboco, com traço da argamassa semelhante e compatível com o material existente.

- Em relação à cobertura das edificações, recomenda-se a realização de manutenção ao menos uma vez por ano, em período anterior às chuvas, com atenção aos seguintes pontos:

  • Observar se há manchas em paredes e forros que possam ser originadas por infiltrações no telhado ou no sistema de calhas. Essas manchas indicam danos na cobertura;

  • Verificar o estado de conservação do engradamento de madeira - ripas, caibros, tesouras, beirais, cachorros e outros. Substituir ou recuperar as peças danificadas;

  • Substituir as telhas quebradas, trincadas ou escorridas. Estes reparos devem ser feitos de maneira urgente a fim de prevenir maiores danos; 

  • Fazer a manutenção do sistema de drenagem de água pluvial, calhas e condutores.

- Cuidados gerais para a edificação:

  • Manter a edificação sempre limpa, bem como toda sua área externa, fazendo a execução de podas de árvores e plantas - em períodos necessários - para evitar acidentes (como quedas de galhos sobre coberturas, por exemplo);

  • Fazer o controle de pragas e cupins periodicamente;

  • Fazer revisão periódica das instalações hidráulicas, elétricas e de combate a incêndio; 

  • Verificar junto à prefeitura ou à Defesa Civil se a edificação está em área de risco e quais medidas precisam ser adotadas em caso de emergência.

 

- Cuidados gerais com os detentores:

  • Todas as ações que envolvam direta ou indiretamente os detentores de bens culturais deverão passar por anuência dos mesmos;

  • Desenvolver metodologias de trabalho específicas para atuar junto às comunidades quilombolas, sempre respeitando as legislações vigentes e o respeito à diversidade; 

  • Garantir acesso amplo à informação e orientações sobre as ações preventivas e de emergência em caso de chuva. 

 

- Atuação dos detentores culturais antes do período das chuvas:

  • É importante estabelecer junto ao grupo de detentores uma equipe de trabalho e elaborar um Guia Básico para procedimentos a serem adotados (pelos próprios detentores) antes dos períodos de chuvas;

  • Recomenda-se fazer um levantamento de locais para receber possíveis detentores desabrigados. Ressalta-se que essa escolha deve ser analisada e definida pelo próprio grupo para que a identidade cultural seja respeitada,  evitando assim formas arbitrárias de realocação; 

  • Fazer um mapeamento dos detentores idosos e/ou com dificuldade de locomoção para recebimento de atendimento adequado em caso de emergência;

  • Realizar levantamento dos materiais associados às práticas culturais  (instrumentos, roupas, imagens, mastros, bandeiras, entre outros) utilizados em celebrações e outras manifestações culturais;

  • Realizar levantamento de locais para a destinação de objetos associados às práticas culturais que estejam em área de risco de enchentes;

  • Manter lista de contatos (Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e outras instituições) a serem acionados, pelos detentores, em caso de emergência sempre atualizada e divulgada para todos os membros da comunidade;

  • Manter lista de contatos e endereços dos detentores em constante atualização para que em caso de emergência os mesmos possam ser localizados de forma rápida;

  • Procurar informações junto aos órgãos de proteção do Patrimônio Cultural, e instituições parceiras sobre os procedimentos a serem tomados em caso de emergência;

  • Caso a comunidade ou o grupo de detentores se encontre em área com histórico de desastres decorrentes de chuva, procure a Defesa Civil (e outros órgãos da administração pública) para esclarecimentos sobre a necessidade de obras, rotas de fuga e outras medidas necessárias que garantam a integridade dos detentores, dos lugares e artefatos que constituem o bem cultural. 

 

Proteger e cuidar do patrimônio cultural é uma responsabilidade de todos e as ações para sua preservação precisam ser compartilhadas com todos os agentes e responsáveis pelos bens culturais presentes no território de Minas Gerais.

 

Referências

Defesa Civil de Minas Gerais: http://www.defesacivil.mg.gov.br/

Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais: https://www.bombeiros.mg.gov.br/

IBRAM. Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro: Cartilha. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2013/10/cartilha_PGRPMB_web.pdf

ICCROM. Ajuda de emergência ao patrimônio cultural em tempos de crise: Manual - Coordenação da preparação e da resposta à ajuda de emergência para a proteção do património material e imaterial. Roma, 2021. Disponível em: https://www.iccrom.org/publication/first-aid-cultural-heritage-times-crisis-handbook

ICCROM. Ajuda de emergência ao patrimônio cultural em tempos de crise: Guia Prático para a coordenação da preparação e ajuda de emergência ao património material e imaterial. Roma, 2021. Disponível em: https://www.iccrom.org/publication/first-aid-cultural-heritage-times-crisis-toolkit

UNESCO, IPHAN. Gestão de riscos de desastres para o Patrimônio Mundial: Manual de referência do patrimônio mundial. Brasília, 2015. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000231807

 PARA BAIXAR O PDF COM O TEXTO DAS RECOMENDAÇÕES, CLIQUE AQUI

Mapeamento

O Iepha-MG em uma de suas ações de acompanhamento dos impactos das chuvas nos bens culturais protegidos fez um mapeamento que possibilite aos agentes municipais diagnosticar a localização dos bens culturais nos municípios.  O mapa foi elaborado conforme decreto estadual associado a desastres, ocorridos no período chuvoso que tiveram reconhecimento pelo governo do Estado.

Esses municípios fazem parte de uma listagem realizada pela Defesa Civil que apresentava até o dia 17 de janeiro de 22, trezentos e setenta e sete municípios (377), desses 27 apresentam bens tombados em seu território.

Abaixo segue a lista dos municípios que apresentam bens tombados pelo Iepha-MG:

  Bem Cultural Município  
  Arquivo Público Mineiro Belo Horizonte  
  Casa JK Belo Horizonte  
  Cine-teatro Brasil Belo Horizonte  
  Palácio da Justiça Rodrigues Campos Belo Horizonte  
  Igreja do Sagrado Coração de Jesus Belo Horizonte  
  Edifício do Necrotério do Cemitério do Bonfim Belo Horizonte  
  Palácio da Liberdade Belo Horizonte  
  Prédio da Academia Mineira de Letras Belo Horizonte  
  Prédio da Escola Estadual Barão de Macaúbas Belo Horizonte  
  Prédio da Escola Estadual Barão do Rio Branco Belo Horizonte  
  Prédio da Escola Estadual Olegário Maciel Belo Horizonte  
  Prédio da Escola Estadual Pedro II Belo Horizonte  
  Prédio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Belo Horizonte  
  Prédio do antigo Conselho Deliberativo - Câmara Municipal de Belo Horizonte Belo Horizonte  
  Prédio do antigo Senado Mineiro Belo Horizonte  
  Prédio do Conservatório Mineiro de Música Belo Horizonte  
  Prédio do Instituto de Educação de Minas Gerais Belo Horizonte  
  Prédio do antigo Banco Hipotecário e Agrícola Belo Horizonte  
  Prédio do Automóvel Clube Belo Horizonte  
  Edifício da antiga sede do DOPS-MG Belo Horizonte  
  Edifício do antigo Banco Mineiro da Produção Belo Horizonte  
  Sobrado do inconfidente Domingos de Abreu Vieira Berilo  
  Fazenda dos Martins Brumadinho  
  Casa de João Pinheiro Caeté  
  Capela de Nossa Senhora da Glória Carandaí  
  Igreja de Santa Isabel da Hungria Caxambu  
  Capela de Nossa Senhora da Saúde Chapada do Norte  
  Capela de Nossa Senhora do Rosário Chapada do Norte  
  Capela do Senhor Bom Jesus da Lapa Chapada do Norte  
  Igreja Matriz de Santa Cruz Chapada do Norte  
  Capela de Nossa Senhora da Soledade Congonhas  
  Capela de Nossa Senhora da Ajuda Congonhas  
  Capela de Nossa Senhora da Conceição Couto de Magalhães de Minas  
  Igreja do Senhor Bom Jesus de Matozinhos Couto de Magalhães de Minas  
  Hospital Cassiano Campolina Entre Rios de Minas  
  Fazenda Santo Antônio Esmeraldas  
  Ruína da Capela de Mocambinho Jaíba  
  Igreja de Nossa Senhora do Rosário Januária  
  Igreja do Santíssimo Sacramento Jequitibá  
  Edifício sede do antigo Banco de Crédito Real e acervo do Museu do Crédito Real Juiz de Fora  
  Capela de Nossa Senhora das Mercês Mariana  
  Igreja Matriz de Santo Antônio Mateus Leme  
  Igreja Matriz de Nossa Senhora de Oliveira Oliveira  
  Fórum de Oliveira Oliveira  
  Ruínas do casarão do Capitão Henrique Oliveira  
  Fazenda Carreiras Ouro Branco  
  Fazenda de São José do Manso Ouro Preto  
  Capela de Nossa Senhora do Rosário Piranga  
  Capela de Nossa Senhora do Rosário Piranga  
  Capela de Santo Antônio Piranga  
  Ponte Marechal Hermes Pirapora; Buritizeiro  
  Capela de Nossa Senhora do Rosário Sabará  
  Capela de Santa Efigênia Sabará  
  Basílica de Santa Luzia do Rio das Velhas Santa Luzia  
  Casa da Rua Direita, nº 101 Santa Luzia  
  Mosteiro de Macaúbas Santa Luzia  
  Ruínas da Igreja do Bom Jesus de Matozinhos Várzea da Palma  
       
  Comunidade dos Arturos Contagem  
  Comunidade Manzo Ngunzo Kaiango Santa Luzia  

 

 

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